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Sensoriamento Remoto e Meio Ambiente: Alertas de desmatamento na Amazônia batem novo recorde em junho de 2020

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), devastação atinge cerca de 3 mil km² no 1º semestre, com um aumento de 25%, em relação ao período anterior

Fonte: Planet Labs

Em meio à pandemia da Covid-19, o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do (Inpe), divulgou os dados atualizados no dia 10 de junho de 2020, com uma estimativa da taxa oficial de desmatamento na região amazônica, medida entre agosto de 2019 e julho de 2020, como sendo a maior em 11 anos.

Os dados de Sensoriamento Remoto, coletados por satélites e analisados pelos técnicos do Inpe, mostram que o incremento da área desmatada na Amazônia aumentou muito, durante o período em que os esforços das autoridades se concentraram no combate ao Novo Coronavírus. O que pode indicar que os responsáveis pela devastação se aproveitaram do momento, para ampliar suas áreas de atuação.


O que os alertas divulgados pelo Inpe mostram

Os dados divulgados revelam os percentuais de acréscimo nos quantitativos das áreas submetidas a desflorestamento, com os seguintes índices:

– indícios de desmatamento anual de 3.069,57 km² da Amazônia legal;
– incremento de 25% nos alertas, de janeiro a junho, comparado ao mesmo período do ano anterior;
– 64% de acréscimo no acumulado dos últimos 11 meses, comparado ao período anterior;
– a área devastada em junho de 2020 é 10,6% maior do que o registrada em junho de 2019;
– comparando o mês de maio em 2019 e 2020, identifica-se que houve um aumento de 24,31% na área desmatada.

Fonte: Deter/Inpe


Alertas de desmatamento x Taxa anual de desmatamento

É importante ressaltar que os alertas divulgados não representam a taxa oficial de desmatamento anual, que é gerada por outro sistema, mas esses alertas são usados como orientação para que, as equipes dos órgãos de fiscalização, como o IBAMA e a Polícia Ambiental, tenham uma noção dos locais, onde há uma maior probabilidade de ocorrência de crimes ambientais.

Fonte Greenpeace.


Tendência do volume da área desmatada

Os dados divulgados pelo Inpe permitem que se estime um aumento na taxa oficial de desmatamento na Amazônia, em relação ao período entre agosto de 2018 e julho de 2019, quando 10.129 km² foram desmatados.

Pode-se observar também que houve um crescimento nos alertas de desmatamento, em torno de 64%, se comparados com o mesmo período em 2019, quando foram registrados 4,5 mil km² de floresta derrubada. Desta vez, o somatório de desflorestamento chega a 7,5 mil km².

Fonte: Deter/Inpe


Risco iminente ao meio ambiente

A grande área desflorestada acarreta em outro problema: as queimadas. Pois, já que o acúmulo de madeira cortada é maior, maior também é o risco dessa madeira ser incendiada com o intuito de se abrir mais espaço na floresta, para agricultura ou pecuária. Como suporte para essa hipótese, temos os dados sobre queimadas, também fornecidos pelo Inpe, que apontam, em junho de 2020, um cômputo de focos de queimadas, na Floresta Amazônica, maior do que nos últimos 13 anos.

Fonte: Circuito MT


por Carlos Alberto Branco Marinho – Dr.

Professor e Especialista em Sensoriamento Remoto

Geo Sem Fronteiras

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